Uma explosão é basicamente uma combustão rápida.
Para haver combustão é necessário
existirem as seguintes condições ao mesmo tempo, o chamado triângulo do fogo
triângulo do fogo
Quando um combustível existe no ar em
estado de poeiras, vapores e gás pode, entre determinados limites de
concentração, formar com o ar ou o oxigénio, misturas explosivas. Estes limites
de concentração chamam-se limites de explosividade. Temos então o limite
inferior de explosividade e o limite superior. Estes limites formam um
intervalo onde a propagação da chama se produz e fora destes limites não.
Mas como podemos saber se a atmosfera
é potencialmente explosiva ou não?
Estas atmosferas podem ser detectadas
através da utilização de explosímetros.
Como sei que na empresa onde vou fazer
a avaliação de riscos poderá ou não existir a formação de atmosferas
explosivas?
Quando
pensamos em ATEX vem-nos logo a ideia de grandes indústrias como refinarias, indústrias
químicas, aterros sanitários e de aglomerados de madeira, mas de facto quase
todos os sectores de actividade poderão ter o risco de formação de atmosferas
explosivas.
Assim,
a primeira coisa que temos de verificar é:
- Em
algum ponto do processo produtivo/armazenagem são utilizados, produzidos ou
guardados produtos inflamáveis ou se existe a formação de poeiras, gases ou
vapores.
Logo,
estão a ver que temos uma multiplicidade de actividades com estas
características. Alguns exemplos para além dos que já referi:
- Tratamento, secagem e transporte de carvão
em pedaços. As poeiras podem formar misturas explosivas com o ar;
- Indústrias de transformação de madeiras:
pó das madeiras pode formar misturas explosivas com o ar;
- Indústrias metalúrgicas: pó de metais
leves provindos (p.e. de tratamentos de superfície), pode formar misturas
explosivas nos separadores;
- Indústria alimentar: transporte e
armazenagem de cereais e outro tipo de materiais em pó, pode formar misturas explosivas;
- Tratamento de águas residuais, produção de
biogás, digestores etc: há formação de gases de fermentação que podem
formar misturas explosivas com o ar;
- Distribuição de gás: o gás natural,
propano, butano podem formar misturas explosivas com o ar;
- Cabines de pintura e espaços confinados onde
se utilizem tintas em forma de spray também poderão formar-se misturas
explosivas devido ao overspray.
No
Guia de Boas Práticas [1] são dados alguns exemplos do que pode acontecer e como se
dá a explosão. Vou colocar aqui dois:
"1.Numa
caldeira alimentada a carvão ocorreu uma explosão durante a realização de trabalhos
de limpeza. Os dois trabalhadores sofreram queimaduras mortais.
Verificou-se
que a explosão tinha sido provocada por um aparelho de iluminação com o cabo de
ligação defeituoso. Um curto-circuito provocou a ignição da poeira de carvão
levantada.
2.Num
misturador procedia-se à mistura de poeiras impregnadas de solventes. O trabalhador
não tinha assegurado a inertização suficiente do misturador antes de iniciar o
processo. Durante o enchimento, formou-se uma mistura explosiva de vapores de
solvente e ar, que se inflamou sob o efeito de faíscas electrostáticas provocadas
pelo enchimento. Este trabalhador sofreu igualmente queimaduras graves."
Espero que tenham gostado deste
artigo.
E vocês, já tiveram algum tipo de
trabalho onde se formam atmosferas explosivas? Que tipo de medidas
implementaram?
Até à próxima!
Fonte(s):
[1] Guia de boa prática de
carácter não obrigatório para a aplicação da Directiva 1999/92/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho relativa às prescrições mínimas destinadas a promover a
melhoria da protecção da segurança e da saúde dos trabalhadores susceptíveis de
serem expostos a riscos derivados de atmosferas explosivas.
[2] Miguel, Alberto Sérgio.
Manual de Higiene e Segurança no Trabalho. Porto Editora
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